domingo, outubro 02, 2005

Intermezzo

O nômade tem um território: ele segue caminhos conhecidos, ele vai de um ponto a outro; ele não ignora esses pontos (pontos de água, pontos de duelos, pontos de ajuntamentos, etc...) Mas a questão é o que na vida nômade é um princípio e o que é apenas uma conseqüência. Para começar, embora os pontos determinem caminhos, eles são estritamente subordinados aos caminhos que eles determinam. O reverso acontece com o sedentário. O ponto de água é alcançado somente para ser deixado para trás; todo o ponto é uma jornada e existe apenas como uma jornada. Um caminho está sempre entre dois pontos, mas esse entre-ponto traz toda a consistência e mostra a autonomia e a própria direção. A vida nômade é o ‘intermezzo’.
D&G